JF Vôlei vence e garante acesso à Superliga A

Em campanha épica, time supera Aero novamente no tie-break e está na final

A caminhada foi difícil, com todos os percalços típicos de uma jornada épica. Com poucos recursos, em meio à insegurança de uma pandemia de Covid, sem autorização para jogar em sua antiga “casa”, jogos com mando invertido, fora da cidade e, por fim, sem espaço para treinar. O JF Vôlei foi superando cada obstáculo e, assim, um jogo após o outro, venceu suas 11 partidas e, de maneira incontestável, conquistou o tão sonhado retorno à Superliga A. A derradeira batalha – que não poderia ser mais emocionante – foi travada nesta terça-feira (13), em Contagem, ao vencer o Unimed Aero por 3×2 (25×20/18×25/20×25/27×25/15×10), fechar a série em 2×0 e avançar às finais que dão passaporte direto para a elite do vôlei nacional.

O JOGO

O primeiro set começou com grande equilíbrio entre as equipes até o ponto 13, quando Celestino foi para o saque e, em forte sequência, possibilitou a dianteira da equipe local, que não perdeu mais a liderança. Depois, com novos saques forçados de Viller, a equipe abriu ainda mais (25×20).

O Unimed Aero arriscou tudo no saque na segunda parcial, sobretudo com Robert, Pedro e Max, fez 13 pontos de ataque, contra 7 do JF Vôlei. A diiferença foi fundamental para a vantagem na reta final do set (19×25).

A equipe de Juiz de Fora encontrou muitas dificuldades na terceira parcial. Não conseguiu virar as bolas e viu o adversário abrir vantagem. No final do set, o time local retomou a competitividade, mas coube ao Aero administrar o placar (20×25).

O quarto set foi o mais nervoso da partida, com as duas equipe se revezando no placar, reviravoltas e a retomada da concentração do time do JF Vôlei, sobretudo após a entrada de Thiago na equipe, que – virando as bolas decisivas – conseguiu levar o jogo para o tie-break (27×25).

No set decisivo, apareceu novamente a experiência de Viller nas bolas mais difíceis, o grande jogo de Thiago, a consistência de sempre de Dayan na defesa e as variações de Gustavo nas bolas com Pilan, Bruno e Paolinetti. Na segunda metade da parcial, o time abriu vantagem e não perdeu mais, virando todas as bolas (15×10).

A CAMPANHA

É importante destacar o contexto dessa trajetória, que começou ainda em 2020. A manutenção da comissão técnica que dirigiu o time na cancelada edição da competição naquele ano foi decisiva para a montagem do elenco que, a partir de setembro, foi sendo anunciado.

A articulação do diretor Maurício Bara com o técnico Marcos Nascimento produziu um elenco jovem, alguns com identificação com o projeto, como o capitão Pilan e o central Bruno, outros com potencial grande de crescimento, como o ponteiro Celestino e o líbero Dayan, e alguns vindos de longe, como o levantador Gustavo, que jogou temporada na Espanha. A garantia de experiência veio justamente na última contratação, do ponteiro argentino Viller, de 32 anos, já com passagens importantes na liga do país vizinho.

Antes ainda da subida da bola no primeiro jogo, contra o Vila Nova, o primeiro revés: a recusa da UFJF em liberar as partidas em casa no ginásio da Faculdade de Educação Física, por conta de seu protocolo contra a Covid-19. A partir dali, o mando dos jogos do JF Vôlei aconteceu em Contagem, no Ginásio do Riacho, que acolheu o time. A torcida apaixonada não se abateu e acompanhou com grande interação as partidas por meio das redes sociais e do Canal Vôlei Brasil. Responsável pela viabilidade das transmissões, o JF Vôlei garantiu a exibição de todos os seus jogos de mandante.

Depois de chegar aos playoffs de maneira invicta, o time viveu as ameaças de suspensão da competição em razão da gravidade da pandemia, ficou quase duas semanas em compasso de espera sem local para treinar, mas manteve a concentração e, principalmente, o equilíbrio para encarar cada jogo como se fosse o do acesso, que agora veio de forma merecida. Antes, porém, ainda resta a final da Superliga B contra o Brasília Vôlei, em data ainda a ser marcada pela CBV.